Nutrição e fertilidade: como a alimentação impacta a saúde reprodutiva
A fertilidade do casal está diretamente ligada à nutrição, um fator que pode ser determinante para quem busca engravidar. Uma alimentação equilibrada oferece os nutrientes essenciais para o corpo, protegendo as células reprodutivas e retardando o envelhecimento celular.
O estresse oxidativo, causado por uma dieta pobre em nutrientes e rica em ultraprocessados, pode afetar tanto a qualidade dos óvulos quanto dos espermatozoides, reduzindo as chances de concepção.
Uma abordagem nutricional cuidadosa pode ajudar a prevenir ou controlar doenças que impactam diretamente na fertilidade, como a endometriose e a síndrome dos ovários policísticos (SOP), mostrando que o que colocamos no prato pode fazer toda a diferença nesse processo.
Como a nutrição afeta a fertilidade
A nutrição é fator determinante na proteção das células reprodutivas e favorece a fertilidade. Uma dieta rica em nutrientes, como as vitaminas A, C e E, e minerais como zinco e magnésio, atua como uma barreira contra o estresse oxidativo.
O estresse oxidativo é um processo que ocorre no corpo quando há um excesso de radicais livres — moléculas instáveis que podem danificar células, incluindo óvulos e espermatozoides. Esse dano pode afetar o DNA das células reprodutivas, reduzindo as chances de uma concepção saudável.
Além disso, quando o corpo apresenta inflamações — que são comuns em condições de saúde como obesidade ou doenças crônicas — ocorre um aumento de citocinas inflamatórias (citocinas são proteínas que o corpo libera em resposta a inflamações e, em excesso, podem agravar o estresse oxidativo).
Esse processo danifica o DNA e reduz a eficácia de enzimas que protegem os espermatozoides, comprometendo ainda mais a fertilidade. Por isso, manter uma alimentação equilibrada, rica em antioxidantes, é fundamental para a saúde reprodutiva de homens e mulheres.
Nutrição e doenças que afetam a fertilidade
Endometriose
A endometriose é uma condição inflamatória crônica que afeta a saúde reprodutiva de muitas mulheres e pode impactar diretamente a fertilidade. A doença ocorre quando o tecido que normalmente reveste o interior do útero cresce fora dele, provocando inflamação, dor e outros sintomas. A nutrição adequada com ajustes na dieta pode auxiliar no alívio de sintomas da endometriose e a melhorar a fertilidade.
Mulheres com endometriose frequentemente apresentam níveis mais baixos de vitaminas antioxidantes, como A, C e E, e minerais essenciais como cobre e zinco. Esses nutrientes possuem propriedades antioxidantes que ajudam a neutralizar os radicais livres — moléculas que causam estresse oxidativo e inflamação no corpo. O estresse oxidativo é um fator que pode piorar a endometriose, aumentando a inflamação e danificando o tecido reprodutivo.
Estudos indicam que a suplementação com vitaminas C e E pode reduzir os marcadores de estresse oxidativo, o que ajuda a aliviar sintomas como dor e desconforto, comuns em mulheres com endometriose.
Além disso, consumir alimentos ricos nessas vitaminas — como frutas cítricas, vegetais de folhas verdes, nozes e sementes — contribui para uma melhora na qualidade de vida e pode aumentar as chances de concepção. Focar em uma alimentação rica em antioxidantes e anti-inflamatórios é uma forma de apoiar a saúde reprodutiva para quem enfrenta essa condição.
Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)
A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma condição comum entre mulheres em idade reprodutiva e está frequentemente associada a problemas metabólicos, como resistência insulínica, sobrepeso e diabetes tipo 2. A resistência insulínica ocorre quando as células do corpo não respondem bem à insulina, hormônio responsável por controlar os níveis de glicose no sangue. Esse desequilíbrio interfere na produção de hormônios ovarianos, prejudicando a ovulação e afetando a fertilidade.
A alimentação tem grande impacto no controle da SOP. Dietas ricas em carboidratos de alto índice glicêmico — como pães brancos, massas refinadas, doces e bebidas açucaradas — causam picos de glicose no sangue, agravando a resistência insulínica e criando um ciclo que compromete a função ovariana. Estudos indicam que o consumo excessivo de carboidratos de rápida absorção está associado a um risco maior de infertilidade devido a distúrbios de ovulação.
Por outro lado, uma dieta centrada em alimentos de baixo índice glicêmico, como grãos integrais, vegetais, leguminosas e proteínas magras, pode ajudar a regular os níveis de insulina e melhorar a função ovariana. Ao equilibrar o consumo de carboidratos e optar por fontes que liberam glicose de forma mais gradual, é possível aumentar a sensibilidade à insulina, diminuir os sintomas da SOP e aumentar as chances de concepção.
Além disso, manter um peso saudável e praticar atividades físicas regularmente também favorecem o controle da resistência insulínica e a saúde reprodutiva em mulheres com SOP. Uma alimentação bem estruturada, combinada com hábitos de vida saudáveis, pode trazer benefícios para quem enfrenta essa condição e deseja engravidar.
Alimentos e suplementos para melhorar a fertilidade
Para melhorar a fertilidade de homens e mulheres, é essencial adotar uma alimentação rica em nutrientes que dão suporte à saúde reprodutiva. Alimentos antioxidantes, vitaminas e minerais são importantes na proteção das células reprodutivas contra danos oxidativos e favorecem um ambiente saudável para a concepção.
- Alimentos antioxidantes: Frutas vermelhas, como morangos, mirtilos e framboesas, ajudam a neutralizar os radicais livres, moléculas que podem danificar as células. Vegetais verde-escuros, como espinafre, couve e brócolis, são ricos em compostos que também contribuem para um metabolismo equilibrado e saudável. Nozes, amêndoas e sementes de abóbora oferecem vitamina E e selênio, nutrientes importantes para a proteção celular.
- Vitaminas e minerais essenciais: vitaminas como A, C e E influenciam a saúde reprodutiva. Minerais, como magnésio e zinco também: o magnésio ajuda no equilíbrio hormonal e na síntese de DNA, enquanto o zinco é essencial para a produção de testosterona e a motilidade dos espermatozoides.
- Suplementos: a suplementação específica de antioxidantes pode ser benéfica para quem deseja melhorar a fertilidade e aumentar as chances de uma concepção saudável. Suplementos de vitamina C e E, além de minerais como zinco e selênio, são frequentemente recomendados para aumentar a proteção contra o estresse oxidativo.
Alimentos e hábitos que devem ser evitados pelos tentantes
Para quem está tentando engravidar, certos alimentos e hábitos alimentares devem ser evitados, pois podem afetar negativamente a fertilidade. A dieta de estilo ocidental, que é rica em carboidratos refinados, açúcares, embutidos, carnes processadas e alimentos ultraprocessados, tem sido associada a um aumento no tempo necessário para engravidar e a uma redução na qualidade dos óvulos e espermatozoides.
- Carboidratos refinados e açúcares: o consumo excessivo de pães brancos, massas refinadas, doces e refrigerantes leva a picos de glicose no sangue, aumentando o risco de resistência insulínica e obesidade, fatores que afetam diretamente a fertilidade, especialmente em mulheres com síndrome dos ovários policísticos (SOP).
- Carnes processadas e embutidos: alimentos como salsichas, presunto e bacon contêm conservantes e aditivos químicos que podem causar inflamação no corpo. O consumo regular desses alimentos está relacionado a um maior estresse oxidativo e a uma piora na qualidade dos gametas, o que pode dificultar a concepção.
- Reduzir alimentos ultraprocessados: além de pobres em nutrientes, os ultraprocessados geralmente contêm gorduras trans, açúcares adicionados e sódio em excesso, que prejudicam o metabolismo e a saúde geral. Para melhorar a fertilidade, recomenda-se aumentar a ingestão de fibras, frutas, vegetais frescos, proteínas magras e gorduras saudáveis, como as encontradas no abacate, azeite de oliva e peixes ricos em ômega-3.
Dicas para melhorar a fertilidade através da alimentação
- Aumente o consumo de alimentos integrais: prefira grãos integrais, vegetais frescos e proteínas magras.
- Evite alimentos de alto índice glicêmico: reduza o consumo de açúcares, bebidas açucaradas e carboidratos refinados.
- Suplementação com antioxidantes: considere suplementos como vitaminas C e E, sempre sob orientação médica ou nutricionista.
- Pratique atividade física regular: ajuda a manter o peso adequado e a reduzir o estresse oxidativo.
Uma alimentação adequada é um ponto a favor da fertilidade do casal. Com uma dieta equilibrada e rica em nutrientes, é possível proteger as células reprodutivas, melhorar as funções ovarianas e espermáticas, e aumentar as chances de concepção. Para um plano alimentar personalizado e orientações específicas, consulte um nutricionista e, para a melhor suplementação, conte com a Belt Nutrition.
Referências
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/and.13581
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