Você cuida da sua saúde intestinal? Ela pode estar ligada à obesidade

A obesidade é uma condição complexa, influenciada por fatores genéticos, comportamentais, ambientais e metabólicos. Mas há um aspecto que tem ganhado cada vez mais atenção da ciência e ainda passa despercebido por muita gente: a saúde intestinal.
Mais do que finalizar o processo digestivo, o intestino participa ativamente da regulação do metabolismo, da imunidade e até da forma como o corpo armazena gordura. Dentro dele, trilhões de microrganismos compõem a chamada microbiota intestinal, um ecossistema que pode impactar diretamente o equilíbrio do organismo.
Mas afinal: será que a composição da microbiota tem relação com o peso corporal? O intestino pode influenciar no risco de desenvolver obesidade?
O que a ciência diz sobre a microbiota de pessoas com obesidade
Quando falamos em obesidade, é comum pensar apenas em alimentação ou falta de atividade física. Mas a ciência já mostrou que o intestino também pode influenciar esse quadro, especialmente por meio da microbiota intestinal, o conjunto de microrganismos que vivem ali e interagem com o nosso corpo todos os dias.
Estudos indicam que, em muitas pessoas com obesidade, há uma menor variedade de bactérias benéficas no intestino. Isso significa que o ambiente intestinal pode estar “empobrecido”, com menos diversidade microbiana. Essa alteração pode favorecer processos inflamatórios, desregulação do metabolismo e maior acúmulo de gordura.
De acordo com estudo publicado em 2022, essa microbiota menos diversa costuma estar ligada a casos mais graves de obesidade, com inflamação aumentada e problemas como alterações no colesterol e dificuldade no controle da glicose. Nem todas as pessoas com obesidade apresentam esse perfil, mas quando a microbiota está em desequilíbrio, os riscos para a saúde tendem a ser maiores.
Além disso, esse desequilíbrio pode afetar a digestão de fibras, a produção de substâncias importantes para a saúde intestinal e até o controle do apetite, interferindo diretamente no funcionamento do organismo como um todo.
Como os FOS atuam no intestino?
Os frutooligossacarídeos — mais conhecidos como FOS — são fibras classificadas como prebióticos. Isso significa que eles não são digeridos pelo nosso organismo, mas servem de alimento para as bactérias benéficas que vivem no intestino, especialmente as do grupo Bifidobacterium, reconhecidas por seus efeitos protetores.
Ao chegarem ao intestino grosso, os FOS são fermentados por essas bactérias, estimulando sua multiplicação. Esse crescimento seletivo favorece o equilíbrio da microbiota intestinal, reforçando a presença de microrganismos “bons” e dificultando a proliferação de espécies associadas a inflamação e desconfortos, como Clostridium perfringens e Escherichia coli. Veja o estudo aqui.
Esse estímulo à microbiota saudável contribui para:
- redução da inflamação intestinal;
- fortalecimento da barreira que protege a parede do intestino;
- maior produção de ácidos graxos de cadeia curta — substâncias com efeito anti-inflamatório e modulador do sistema imunológico.
- melhorar a absorção de minerais como cálcio, magnésio, ferro e fósforo;
- favorecer a queda do colesterol total e dos triglicerídeos em alguns casos;
- aliviar a constipação e ajudar no trânsito intestinal.
Outro ponto relevante é que os FOS são geralmente bem tolerados por adultos saudáveis. Embora o consumo excessivo possa causar efeitos como inchaço ou gases, a maioria dos estudos clínicos aponta boa aceitação dentro das doses utilizadas em suplementos ou alimentos funcionais.
Com esses efeitos combinados, da modulação da microbiota à melhora do metabolismo, os FOS têm sido estudados para apoiar a saúde intestinal e metabólica.
Psyllium: uma fibra diferente, com outros benefícios clínicos
Embora o destaque deste conteúdo seja para os frutooligossacarídeos, vale mencionar outra fibra funcional que pode complementar o cuidado com o metabolismo: o psyllium.
Diferente dos FOS, que são fibras fermentáveis, o psyllium é uma fibra solúvel não fermentada, que forma um gel espesso quando entra em contato com a água. Esse gel atua no intestino, retardando a digestão e a absorção de nutrientes, principalmente carboidratos e gorduras, sem causar fermentação. Isso significa menos risco de gases ou desconfortos abdominais.
Uma pesquisa publicada em 2023 reuniu seis estudos clínicos feitos com pessoas com sobrepeso e obesidade. Os resultados mostraram que o uso diário de psyllium, por cerca de cinco meses, levou a reduções médias de:
- 2,1 kg no peso corporal
- 0,8 kg/m² no IMC
- 2,2 cm na circunferência da cintura
Essas mudanças foram consideradas significativas e demonstram que o psyllium pode ajudar na perda de peso.
Os autores destacam dois possíveis mecanismos para esses efeitos:
- Sensação de saciedade: o gel formado no estômago aumenta a sensação de estômago cheio, o que pode contribuir para a redução da ingestão calórica.
- Melhora na resistência à insulina: ao retardar a absorção dos carboidratos, o psyllium ajuda a manter a glicose sob controle, o que é importante para quem tem alterações metabólicas.
Por atuar ao mesmo tempo na saciedade e na regulação metabólica, o psyllium se apresenta como uma boa opção para complementar estratégias nutricionais no cuidado com o peso e a saúde. Você pode acessar o estudo aqui.
FOS + Psyllium: por que essa combinação faz sentido?
Quando o objetivo é cuidar da saúde intestinal e metabólica, unir fibras com mecanismos diferentes pode potencializar os resultados. É o que acontece com a combinação entre os frutooligossacarídeos (FOS) e o psyllium.
Os FOS atuam como prebióticos, alimentando as bactérias benéficas do intestino, principalmente as bifidobactérias, e promovendo um ambiente mais equilibrado. Esse processo ajuda a reduzir a inflamação, melhorar a digestão e favorecer a absorção de minerais como cálcio, ferro e magnésio.
Já o psyllium age de forma diferente: não é fermentado, mas forma um gel no intestino que retarda a absorção de glicose e gordura. Isso prolonga a saciedade e ajuda a reduzir medidas corporais.
Juntas, essas fibras atuam em duas frentes:
- FOS → ajudam a equilibrar a microbiota e fortalecer o intestino
- Psyllium → favorece o controle do apetite e da glicose
Essa combinação está presente no Fiber, suplemento da Belt Nutrition desenvolvido especialmente para oferecer esses dois benefícios em um único produto. Ao cuidar da microbiota e do metabolismo ao mesmo tempo, o Fiber contribui com uma abordagem completa para o cuidado com o peso e a saúde intestinal.
Intestino saudável pode ser um passo na prevenção da obesidade
Cuidar da saúde intestinal não significa apenas melhorar a digestão. Um intestino equilibrado influencia processos muito mais amplos, como a regulação do apetite, a resposta inflamatória do corpo e o metabolismo da glicose e dos lipídios. Em pessoas com obesidade, essas funções podem estar comprometidas, e a microbiota desequilibrada é um dos fatores associados a essa realidade.
Incluir fibras específicas como os frutooligossacarídeos (FOS) e o psyllium pode representar um passo importante. Cada uma atua de forma diferente, mas complementar: enquanto os FOS fortalecem a presença de bactérias benéficas no intestino, o psyllium contribui para a saciedade e o controle glicêmico, promovendo um ambiente interno mais favorável ao equilíbrio metabólico.
Ainda que a perda de peso dependa de diversos fatores, o cuidado com o intestino tem se mostrado um ponto indispensável.
O que está por trás do número na balança?
Para entendermos a obesidade não podemos olhar apenas para os resultados entregues pela balança. Por trás desses números, há sistemas regulando hormônios, controlando a inflamação e respondendo ao que comemos. O intestino faz parte dessa engrenagem.
Por isso, a pergunta que fica é: você cuida do seu intestino?
Escolhas simples, como melhorar o consumo de água diário, incluir mais fibras na alimentação ou optar por utilizar suplementação, podem ser o começo de uma mudança maior. Uma mudança que vai além do emagrecimento: envolve saúde, equilíbrio e consciência sobre o funcionamento do próprio corpo.
Com orientação nutricional e boa informação, esse cuidado pode se tornar parte da sua rotina com benefícios para saúde e qualidade de vida.
Referências
PASSOS, L. M. L.; PARK, Y. K. Frutooligossacarídeos: implicações na saúde humana e utilização em alimentos. Ciência Rural, Santa Maria, v. 33, n. 2, p. 385–393, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-84782003000200034.
Dou Y, Yu X, Luo Y, Chen B, Ma D, Zhu J. Effect of Fructooligosaccharides Supplementation on the Gut Microbiota in Human: A Systematic Review and Meta-Analysis. Nutrients. 2022 Aug 12;14(16):3298. doi: 10.3390/nu14163298. PMID: 36014803; PMCID: PMC9413759.
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC9413759/
Gibb, Roger D. PhD 1 ; Sloan, Kyle J. Farmacêutico 1 ; McRorie, Johnson W. Jr. PhD, FACG, AGAF, FACN 1 .Psyllium é uma fibra natural não fermentada formadora de gel que é eficaz para perda de peso: uma revisão abrangente e meta-análise. Revista da Associação Americana de Enfermeiros 35(8):p 468-476, agosto de 2023. | DOI: 10.1097/JXX.000000000000882
https://journals.lww.com/jaanp/fulltext/2023/08000/psyllium_is_a_natural_nonfermented_gel_forming.4.aspx
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