Osteoporose: Como Manter a Saúde Óssea em Pacientes Bariátricos

Osteoporose: Como Manter a Saúde Óssea em Pacientes Bariátricos

A osteoporose, também conhecida como "doença dos ossos frágeis", afeta milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente mulheres após a menopausa e homens acima de 70 anos. Essa condição silenciosa se caracteriza pela perda gradual de massa óssea, transformando os ossos em estruturas porosas e frágeis. Essa deterioração aumenta drasticamente o risco de fraturas, mesmo com traumas leves, impactando negativamente a qualidade de vida.

Para pacientes bariátricos, a osteoporose pode surgir como um desafio adicional após a cirurgia. As alterações no sistema digestivo pós-operatório podem dificultar a absorção de nutrientes essenciais para a saúde óssea, como cálcio e vitamina D, elevando ainda mais o risco de desenvolver a doença.

Neste blogpost, abordaremos a osteoporose, suas causas, sintomas, métodos de diagnóstico e, principalmente, as medidas preventivas e de tratamento mais adequadas para pacientes bariátricos.

O que é Osteoporose?

A osteoporose é uma condição caracterizada pela perda gradual de massa óssea, tornando os ossos porosos e enfraquecidos. Essa perda de densidade óssea aumenta significativamente o risco de fraturas, mesmo com traumas leves, impactando negativamente a qualidade de vida.

Um Processo Silencioso

Imagine seus ossos como uma estrutura complexa em constante renovação. Células especializadas chamadas osteoblastos constroem novos ossos, enquanto outras, os osteoclastos, removem os ossos danificados ou velhos. Na osteoporose, esse equilíbrio natural se desfaz, com a perda óssea superando a formação, levando ao enfraquecimento dos ossos.

Tipos de Osteoporose

  • Primária: Acontece naturalmente com o envelhecimento, principalmente em mulheres após a menopausa e homens acima de 70 anos.
  • Secundária: Causada por fatores externos, como doenças crônicas (artrite reumatóide, doenças renais), medicamentos (corticoides), distúrbios alimentares (anorexia nervosa), tabagismo e sedentarismo.

Fatores de Risco

Confira alguns fatores que aumentam o risco de osteoporose, abaixo. Você também pode fazer um teste rápido respondendo algumas perguntas neste questionário.

  • Idade e sexo: Mulheres acima de 50 anos e homens acima de 70 anos são mais propensos.
  • Histórico familiar: Ter parentes com osteoporose aumenta o risco.
  • Raça: Brancos e asiáticos são mais suscetíveis.
  • Menopausa: A queda na produção de estrogênio após a menopausa contribui para a perda óssea em mulheres.
  • Fatores hormonais: Baixos níveis de testosterona em homens também pode aumentar o risco.
  • Doenças crônicas: Diabetes, artrite reumatoide, doenças intestinais e outras condições podem fragilizar os ossos.
  • Medicamentos: Corticoides, anticonvulsivantes e alguns medicamentos para o câncer podem aumentar a perda óssea.
  • Distúrbios alimentares: Anorexia nervosa e bulimia podem afetar a saúde óssea devido à desnutrição.
  • Tabagismo: O cigarro prejudica a produção de células ósseas e a absorção de cálcio.
  • Sedentarismo: A falta de atividade física reduz a força óssea e aumenta o risco de quedas.
  • Sedentarismo: Reduz força óssea.

Sintomas da Osteoporose

A osteoporose é frequentemente chamada de “doença silenciosa” porque pode se desenvolver sem sintomas perceptíveis até que ocorra uma fratura. No entanto, existem sinais e sintomas que podem indicar a presença da doença antes de um evento traumático. Os principais sintomas podem ser:

Dor Óssea e Sensibilidade

  • Dor: Uma dor crônica, principalmente nas costas, pode ser um sinal de fraturas vertebrais. Isso ocorre porque as vértebras enfraquecidas podem se comprimir ou fraturar sob o peso do corpo.
  • Sensibilidade: Os ossos podem se tornar mais sensíveis ao toque, especialmente nas áreas afetadas pela perda de massa óssea.

Perda de Altura e Postura Curvada

  • Perda de Altura: A osteoporose pode levar à perda de altura com o tempo, devido ao colapso ou compressão das vértebras.
  • Postura Curvada: A fraqueza nas vértebras pode resultar em cifose, uma curvatura da coluna para a frente.

Fraturas Frequentes e Inesperadas

  • Fraturas: Ossos enfraquecidos pela osteoporose podem fraturar facilmente, mesmo com traumas leves ou quedas que normalmente não causariam lesões.
  • Locais Comuns: Fraturas vertebrais, de quadril e de punho são as mais comuns.

Outros Sinais e Sintomas

Fraqueza Muscular

  • A fraqueza óssea pode ser acompanhada por fraqueza muscular, o que aumenta o risco de quedas e, consequentemente, de fraturas.

Unhas e Cabelos Quebradiços

  • Embora menos comum, a má qualidade das unhas e cabelos pode refletir a saúde óssea geral, indicando deficiência de nutrientes essenciais.

Prevenção e Tratamento de Osteoporose

Importância da Consulta Médica

A consulta médica é fundamental ao primeiro sinal de sintomas ou se houver fatores de risco conhecidos para osteoporose. Razões para procurar um médico:

  • Avaliação: O médico pode realizar exames de densitometria óssea para medir a densidade óssea e avaliar o risco de fraturas.
  • Diagnóstico Preciso: Sintomas de osteoporose podem ser confundidos com outras condições. Um diagnóstico preciso é essencial para o tratamento adequado.
  • Plano de Tratamento: O médico pode prescrever tratamentos para fortalecer os ossos e prevenir fraturas, adaptando-se às necessidades individuais.

Diagnóstico da Osteoporose

O diagnóstico precoce da osteoporose é determinante para prevenir fraturas e acompanhar o desenvolvimento da doença. Diversos métodos diagnósticos são utilizados para avaliar a densidade óssea e a saúde geral dos ossos:

  • Densitometria Óssea (DEXA): Considerado o padrão-ouro para medir a densidade mineral óssea (DMO), este exame utiliza raios-X de baixa dose para avaliar a quantidade de mineral presente nos ossos, geralmente em locais como coluna lombar, quadril e antebraço. A DEXA fornece um escore T que compara a densidade óssea do paciente com a de um adulto jovem saudável. Valores mais baixos indicam uma maior perda óssea e risco de fraturas.
  • Exames de Sangue e Urina: Esses testes são essenciais para identificar desequilíbrios metabólicos que podem contribuir para a osteoporose. Eles avaliam os níveis de cálcio, fosfato, vitamina D e marcadores de formação e reabsorção óssea, como a fosfatase alcalina e a hidroxiprolina. Resultados anormais podem indicar problemas na absorção de nutrientes ou doenças metabólicas que afetam os ossos.
  • Raio-X: Utilizado para detectar fraturas ósseas que podem não ser evidentes em exames físicos. Embora o raio-X não seja eficaz para medir a densidade óssea diretamente, ele pode revelar fraturas por compressão vertebral e alterações na estrutura óssea associadas à osteoporose avançada.
  • Ultra-sonografia Óssea: Em alguns casos, a ultrassonografia do calcâneo (osso do calcanhar) pode ser utilizada como uma ferramenta de triagem para avaliar a densidade óssea. Embora não tão precisa quanto a DEXA, é uma opção menos dispendiosa e não invasiva para avaliações preliminares.
  • Tomografia Computadorizada Quantitativa (QCT): Oferece uma avaliação volumétrica da densidade óssea, geralmente usada para pesquisas clínicas ou casos complexos onde a DEXA não é suficiente. A QCT pode avaliar a densidade do osso esponjoso na coluna e fornecer informações detalhadas sobre a estrutura óssea.

Como evitar a Osteoporose: Prevenção e Tratamento

A prevenção e o tratamento da osteoporose visam fortalecer os ossos, reduzir o risco de fraturas e melhorar a qualidade de vida. Existem várias maneiras de proceder que podem ser combinadas de acordo com as necessidades individuais do paciente:

  • Medicações: Vários medicamentos são utilizados para retardar a perda óssea e fortalecer os ossos.
    • Bisfosfonatos: Medicamentos como alendronato e risedronato que ajudam a prevenir a perda óssea e reduzir o risco de fraturas. Eles são comumente prescritos e geralmente tomados semanalmente ou mensalmente.
    • Calcitonina: Um hormônio que ajuda a regular os níveis de cálcio e inibe a reabsorção óssea, administrado por injeção ou spray nasal.
    • Moduladores Seletivos do Receptor de Estrogênio (SERMs): Medicamentos como raloxifeno que imitam os efeitos do estrogênio nos ossos, ajudando a manter a densidade óssea.
  • Suplementação: Suplementos são essenciais para garantir a ingestão adequada de nutrientes que fortalecem os ossos.
    • Cálcio: O Cálcio é fundamental para a formação e manutenção óssea. Suplementos são recomendados quando a ingestão dietética não é suficiente, ajudando a atingir a quantidade diária necessária para a saúde óssea.
    • Vitamina D: A Vitamina D é necessária para a absorção de cálcio e para a saúde óssea geral. Pode ser obtida através de suplementos, exposição solar e alimentos ricos em vitamina D, como peixes gordurosos e ovos.
  • Terapias Hormonais: Principalmente para mulheres pós-menopausa.
    • Terapia de Reposição Hormonal (TRH): Pode ajudar a prevenir a perda óssea em mulheres que sofrem com a redução de estrogênio após a menopausa. Deve ser considerada com cautela devido aos possíveis riscos associados, como doenças cardíacas e câncer.
  • Exercícios: Atividades físicas desempenham um papel fundamental no fortalecimento dos ossos e na melhoria do equilíbrio, o que pode reduzir o risco de quedas e fraturas:
    • Atividades de Impacto Leve: Caminhada, dança e treinamento de resistência ajudam a fortalecer os ossos e aumentar a densidade óssea.
    • Exercícios de Peso Corporal: Como levantamento de peso, são eficazes na construção de força muscular e óssea.
  • Dietas: Uma alimentação equilibrada que suporte a saúde óssea.
    • Ricas em Cálcio: Alimentos como laticínios, vegetais de folhas verdes e tofu.
    • Ricas em Vitamina D: Alimentos como peixes gordurosos, gema de ovo e produtos fortificados. Também é importante a exposição solar moderada para a síntese de vitamina D.

Cálcio e Osteoporose

Saúde Óssea para Pacientes Bariátricos

Riscos Específicos

Pacientes que passaram por cirurgia bariátrica enfrentam um risco aumentado de desenvolver osteoporose devido à redução na absorção de nutrientes essenciais para a saúde óssea. Após a cirurgia, o sistema digestivo pode ter dificuldades em absorver adequadamente cálcio e vitamina D, nutrientes essenciais para manter a densidade óssea e prevenir a perda de massa óssea. A má absorção pode ocorrer por diversas razões, incluindo alterações na anatomia do trato gastrointestinal e modificações na secreção de ácidos e enzimas digestivas, o que impacta diretamente a eficiência da absorção desses nutrientes.

Medidas Preventivas e de Tratamento

Para minimizar os riscos e promover a saúde óssea, é essencial que pacientes bariátricos adotem uma abordagem integrada e personalizada que inclui:

  • Acompanhamento Nutricional:
    • Dieta Rica em Cálcio e Vitamina D: Uma dieta balanceada que inclua fontes ricas em cálcio, como laticínios, vegetais de folhas verdes, e alimentos fortificados, é fundamental. Além disso, alimentos ricos em vitamina D, como peixes gordurosos e ovos, ou a exposição moderada ao sol, são importantes para a síntese e absorção do cálcio. A orientação de um nutricionista especializado pode ajudar a planejar refeições que atendam às necessidades específicas de cada paciente, considerando suas restrições e metas nutricionais.
  • Suplementação:
    • Necessidade de Suplementos: A suplementação com cálcio e vitamina D é frequentemente necessária para compensar a má absorção e garantir que o corpo receba as quantidades adequadas desses nutrientes. A dosagem deve ser ajustada e monitorada por um profissional de saúde para evitar a toxicidade e garantir a eficácia.
  • Exercícios Adaptados:
    • Atividades Físicas Seguras: Exercícios que fortalecem os ossos sem sobrecarregar as articulações são essenciais para a saúde óssea. Atividades como caminhada, natação, e exercícios de resistência de baixo impacto ajudam a melhorar a densidade óssea e aumentar a força muscular, reduzindo o risco de quedas e fraturas. É importante que os exercícios sejam adaptados à capacidade física do paciente e supervisionados por um profissional de educação física ou fisioterapeuta.
  • Acompanhamento Médico:
    • Avaliação Regular: Consultas frequentes com um endocrinologista ou especialista em metabolismo ósseo são vitais para monitorar a saúde óssea e ajustar o tratamento conforme necessário. O médico pode recomendar testes de densitometria óssea, ajustar suplementações, e modificar o plano de tratamento com base em novas informações ou mudanças na condição do paciente.
  • Exames Regulares:
    • Monitoramento da Saúde Óssea: Avaliações periódicas, como densitometria óssea e exames de sangue, são fundamentais para monitorar a eficácia do tratamento e a absorção de nutrientes. Esses exames ajudam a identificar precocemente quaisquer sinais de deterioração da saúde óssea, permitindo intervenções oportunas.

Conclusão

Monitorar regularmente a densidade óssea e ajustar a dieta e suplementação conforme necessário é o ideal para evitar complicações ósseas. A Belt Nutrition tem produtos especiais para tratamento e prevenção de osteoporose, como os suplementos de Cálcio Linha Multi e Vitamina D, que atendem as necessidades de qualquer pessoa, quanto o Cálcio Linha Bariátrica, em versões mastigáveis ou comprimidos, cuja decisão de utilização vai depender da fase pós-cirúrgica em que o paciente se encontra.

Para mais informações sobre saúde óssea e prevenção da osteoporose, é indispensável a consulta com seu médico, orientando sobre a melhor estratégia para manter seus ossos fortes e saudáveis.

 

Referências

https://www.osteoporosis.foundation/news/world-osteoporosis-day-take-five-steps-better-bone-health-20221020-0109

https://riskcheck.osteoporosis.foundation/pt

https://www.bmj.com/content/354/bmj.i3794

https://aps-repo.bvs.br/aps/qual-a-melhor-forma-custobeneficio-de-rastreamento-para-osteopenia-e-osteoporose-em-adultos-acima-de-50-anos-de-idade-ha-evidencias-para-que-seja-utilizado-o-raio-x-como-exame-para-rastreamento-de/

Qaseem A, Hicks LA, Etxeandia-Ikobaltzeta I, Shamliyan T, Cooney TG; Clinical Guidelines Committee of the American College of Physicians; Cross JT Jr, Fitterman N, Lin JS, Maroto M, Obley AJ, Tice JA, Tufte JE. Pharmacologic Treatment of Primary Osteoporosis or Low Bone Mass to Prevent Fractures in Adults: A Living Clinical Guideline From the American College of Physicians. Ann Intern Med. 2023 Feb;176(2):224-238. doi: 10.7326/M22-1034. Epub 2023 Jan 3. Erratum in: Ann Intern Med. 2023 Jun;176(6):882-884. doi: 10.7326/L23-0120. PMID: 36592456; PMCID: PMC10885682.



Produtos Relacionados