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Mudar hábitos alimentares não é tarefa simples. Dietas restritivas e metas de perda de peso a qualquer custo costumam gerar frustração, recaídas e até sensação de culpa.
Uma abordagem que vem ganhando espaço é a alimentação consciente (ou mindful eating), prática inspirada na atenção plena (mindfulness), que nos convida a enxergar o ato de comer com outro viés.
Mas o que exatamente significa comer com consciência? E o que a ciência diz sobre isso? Preparamos este post para responder essas perguntas e trazer dicas práticas de como aplicar o conceito no dia a dia. Na Belt Nutrition acreditamos em um caminho que se alinha ao tema: promover saúde e emagrecimento responsável, acolhendo o corpo e entendendo a alimentação como aliada.
A alimentação consciente surgiu a partir da meditação e da atenção plena, práticas budistas trazidas para a medicina no final dos anos 1970 como forma de lidar com estresse e doenças crônicas.
O termo se refere a um conjunto de técnicas que ensina a estar presente no momento das refeições: perceber os alimentos com todos os sentidos, identificar sinais de fome e saciedade, reconhecer pensamentos e emoções ligados ao ato de comer e lidar com os desejos sem julgamento.
Não é uma dieta nem um cardápio específico, mas sim uma mudança de atitude em relação à comida. Falando em ações práticas, algumas estratégias comuns de mindful eating incluem:
Saborear cada mordida: prestar atenção no aroma, na textura e no sabor, comendo devagar e aproveitando cada sensação.
Escaneamento corporal: fazer uma pausa antes e durante a refeição para notar o nível de fome e saciedade.
Identificar gatilhos: observar quais situações, emoções ou estímulos externos levam a comer sem fome (um comercial de fast-food, ansiedade, tédio).
Aceitar desejos: perceber a vontade de comer algo específico como um evento mental passageiro e não como obrigação.
Descentralizar pensamentos: enxergar pensamentos e vontades (aquela “fome de vontade”, não de necessidade) como nuvens que passam: você percebe, deixa ir e não precisa seguir o impulso.
A proposta é desenvolver uma relação mais gentil com a comida e com o próprio corpo, substituindo o automatismo e a autocrítica por atenção ao que você sente e por escolhas conscientes
A alimentação consciente não é uma técnica única, e sim uma diversidade de práticas (como comer com atenção aos sentidos, notar fome e saciedade e lidar com as vontades sem culpa).
De acordo com uma pesquisa publicada na Nutrition Bulletin, programas baseados em mindfulness podem ajudar em comportamentos alimentares (como comer por emoção) e no controle de peso, mas ainda não dá para dizer que são melhores do que outras abordagens.
Estratégias pontuais podem funcionar de imediato para algumas pessoas e situações, e não para outras, por isso, o ideal é encarar o mindful eating como uma prática complementar.
Reunindo 74 amostras, pesquisadores observaram que quanto maior o nível de mindfulness, menores tendem a ser os sintomas de transtornos alimentares. As relações foram mais fortes para compulsão, alimentação emocional/externa e insatisfação corporal, com destaque para as facetas ‘agir com consciência’ e ‘não julgar’. Como são dados associativos, ainda não dá para dizer que mindfulness causa melhora, sendo necessários estudos adicionais.
Em um estudo realizado na Espanha, 76 adultos com sobrepeso ou obesidade participaram de um programa de 7 semanas de mindful eating aliado ao tratamento habitual (que incluía consultas médicas e orientação nutricional).
Ao final do estudo, o grupo que praticou alimentação consciente reduziu significativamente a alimentação emocional e externa em comparação com o grupo que recebeu apenas o tratamento habitual.
Também houve diminuição na gravidade de comportamentos bulímicos e na frequência de compulsão alimentar.
Curiosamente, não houve perda de peso significativa; o foco da intervenção era a mudança de atitude e não a balança.
Segundo os autores, programas assim podem ser excelentes para melhorar a relação com a comida e precisam ser combinados com dietas equilibradas e atividade física quando o objetivo é emagrecer.
O objetivo do mindful eating não é contar calorias nem reprimir desejos, mas sim desenvolver consciência e equilíbrio. Isso pode ajudar quem busca emagrecimento saudável:
Menos comer emocional: quando usamos a comida para aliviar emoções negativas, como tristeza, ansiedade ou tédio, tendemos a consumir alimentos ricos em açúcar e gordura. Ao reconhecer esses momentos e utilizar estratégias de atenção plena (respirar, nomear o sentimento, buscar outra atividade), evita-se uma ingestão que não atende à verdadeira necessidade.
Reconexão com sinais de fome e saciedade: muita gente perdeu a capacidade de sentir quando está realmente com fome ou satisfeito. Comer com atenção ajuda a ouvir o corpo e parar de comer antes da sensação de estufamento.
Aumenta o prazer de comer: saborear de verdade cada alimento pode trazer satisfação com porções menores. Estudos sugerem que comer devagar aumenta a exposição sensorial e a liberação de hormônios da saciedade.
Autocompaixão ao invés de culpa: ao encarar recaídas ou exageros com gentileza, evitam-se ciclos de restrição e compulsão que sabotam dietas. A autocompaixão também é importante para manter a motivação em longo prazo.
Personalização: diferentes estratégias funcionam melhor para pessoas e contextos distintos. Algumas podem se beneficiar mais da técnica de saborear lentamente, outras da descentralização de pensamentos. O segredo é experimentar e observar o que se ajusta ao seu estilo de vida.
Experimente implementar novas práticas. Pode parecer difícil, mas pequenos passos já geram mudanças:
Escolha um local tranquilo e sem distrações. Desligue a TV, afaste o celular ou o computador. Fazer refeições de forma calma favorece a concentração na comida e no corpo.
Antes da primeira garfada, feche os olhos e faça duas ou três respirações profundas. Pergunte-se: qual o meu nível de fome de 0 a 10? Há alguma emoção presente? Essa pausa ajuda a distinguir a fome física da emocional.
Observe a aparência da comida, inspire o aroma, note as cores e o formato. Ao mastigar, sinta a textura, o sabor e a temperatura. Quanto mais você percebe os detalhes, mais fácil é aproveitar cada mordida sem comer rápido.
Mastigue devagar, tentando contar de 15 a 30 mastigadas ou até o alimento se desmanchar. Entre uma mordida e outra, apoie os talheres no prato. Isso evita o movimento automático de levar comida à boca.
Se surgir um pensamento como “eu não deveria comer isso” ou “preciso devorar tudo”, note-o sem se culpar. Lembre-se de que pensar não significa agir. Você pode agradecer ao pensamento e deixá-lo ir, focando novamente nos sentidos.
Faça uma pausa ao sentir que metade do prato foi consumida. Cheque o nível de saciedade. Está satisfeito? Ainda com fome? Ajustar o ritmo ajuda a reconhecer o ponto de saciedade.
Mantenha um diário por alguns dias, anotando o que come, como se sente antes e depois, e o que desencadeou a refeição. Assim você identifica padrões (comer ao assistir TV, comer por ansiedade) e pode planejar respostas diferentes.
Se exagerar ou comer algo que considera “errado”, trate-se com gentileza. Evite pensamentos rígidos do tipo “estraguei tudo”. Admita que deslizes fazem parte do processo e recomece na próxima refeição.
Mindful eating não precisa ser aplicado 100% do tempo. Comece com uma refeição ou lanche por dia. À medida que se torna mais familiar, leve a prática para outras situações.
Alimentação consciente não substitui orientação nutricional. Usar a atenção plena para saborear e reconhecer a saciedade facilita a adesão a uma dieta balanceada, indicada para sua condição de saúde. Procure um nutricionista para ajustar cardápio, calorias e proporções de macro e micronutrientes.
Comer com consciência é redescobrir que a comida é fonte de nutrição e prazer. Ao prestar atenção aos sinais internos e às sensações do momento, diminuímos o impulso de comer por emoções e aprendemos a parar quando estamos saciados. A alimentação consciente pode reduzir a alimentação emocional e promover escolhas mais saudáveis.
No entanto, não se trata de uma solução rápida para emagrecer, e sim de um componente importante para uma mudança de comportamento duradoura. Que tal começar hoje mesmo com um pequeno exercício de respiração antes da próxima refeição? Seu corpo e sua mente agradecem!
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Morillo-Sarto H, López-Del-Hoyo Y, Pérez-Aranda A, Modrego-Alarcón M, Barceló-Soler A, Borao L, Puebla-Guedea M, Demarzo M, García-Campayo J, Montero-Marin J. 'Mindful eating' for reducing emotional eating in patients with overweight or obesity in primary care settings: A randomized controlled trial. Eur Eat Disord Rev. 2023 Mar;31(2):303-319. doi: 10.1002/erv.2958. Epub 2022 Nov 17. PMID: 36397211; PMCID: PMC10100015.
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