Usando injeções para emagrecer? O que comer, o que evitar e como se alimentar corretamente

Usando injeções para emagrecer? O que comer, o que evitar e como se alimentar corretamente

As injeções para emagrecer, como semaglutida, tirzepatida e liraglutida, têm revolucionado o tratamento da obesidade e quem utiliza esses medicamentos logo percebe que não basta apenas comer menos: é preciso também comer melhor.

A redução do apetite, característica dessas medicações, pode causar baixa ingestão de nutrientes importantes. E como esses medicamentos desaceleram a digestão, alimentos inadequados podem causar desconforto gastrointestinal.

Mas quais alimentos consumir (e como consumi-los) para tornar o emagrecimento mais saudável? Até mesmo a ordem em que os alimentos são ingeridos e a forma como você mastiga podem fazer uma grande diferença.

O que comer ao utilizar injeções para emagrecer?

É preciso comer melhor. Na prática, a dificuldade está em garantir que pequenas porções ofereçam proteína suficiente para manter os músculos, fibras para evitar problemas digestivos e vitaminas para sustentar a energia.

Quais alimentos cumprem esse papel?

1. Proteínas de qualidade: a chave para preservar músculos e saciedade

A perda de peso com injeções pode comprometer a massa muscular, especialmente se a ingestão de proteínas for baixa. Além disso, proteínas:

  • Ajudam a prolongar a saciedade, evitando episódios de fome repentina.
  • Estimulam o metabolismo, evitando a desaceleração do gasto energético.
  • Fornecem aminoácidos essenciais para a manutenção da força e da disposição.

Onde encontrar?

  • Carnes magras (frango, peixe, patinho).
  • Ovos e laticínios ricos em proteína (como queijo cottage e iogurte natural).
  • Suplementação proteica, como whey protein, para quem tem dificuldades em atingir a ingestão adequada.

2. Fibras para manter o intestino funcionando bem

Como esses medicamentos desaceleram a digestão, o risco de constipação e desconfortos gastrointestinais aumenta. As fibras ajudam a regular o trânsito intestinal e ainda controlam os níveis de açúcar no sangue.

Onde encontrar?

  • Vegetais folhosos (alface, espinafre, rúcula).
  • Leguminosas (lentilha, feijão, grão-de-bico).
  • Frutas com casca e sementes (pera, maçã, chia, linhaça).

3. Gorduras boas: energia sem sobrecarregar a digestão

Nem toda gordura deve ser evitada. Algumas delas são essenciais para o funcionamento do organismo e podem até facilitar a absorção de vitaminas. A diferença está na escolha das fontes certas.

Onde encontrar?

  • Abacate, castanhas e amêndoas.
  • Azeite de oliva extravirgem.
  • Peixes ricos em ômega-3, como salmão e sardinha.

4. Vitaminas e minerais: blindagem nutricional para o corpo

Comendo menos, há um risco maior de deficiências nutricionais. A falta de vitaminas do complexo B, ferro, magnésio e potássio pode levar a fadiga, queda de cabelo e até cãibras.

Onde encontrar?

  • Folhas verde-escuras (ricos em ferro e magnésio).
  • Frutas cítricas (ajudam na absorção de ferro).
  • Carnes magras e ovos (importantes para a produção de energia).
  • Suplementação de vitaminas e minerais quando necessário.

Injeção para emagrecer e suplementação vitamínica

O que evitar ao utilizar injeções para emagrecer?

Quem faz uso de injeções para emagrecimento precisa ter atenção especial a certos grupos de alimentos que podem sobrecarregar a digestão, causar picos de glicose ou dificultar a absorção de nutrientes essenciais.

1. Alimentos ultraprocessados

Ricos em açúcares refinados, gorduras de baixa qualidade e aditivos químicos, os ultraprocessados podem prejudicar o metabolismo e comprometer a sensação de saciedade.

  • Exemplos: salgadinhos, biscoitos recheados, embutidos, fast food.
  • Por que evitar? Aumentam os picos de glicose no sangue, estimulam o desejo por mais comida e não oferecem nutrientes essenciais.

2. Bebidas alcoólicas

O consumo de álcool pode interferir no metabolismo das gorduras e carboidratos, além de aumentar o risco de desidratação. Quem usa injeções para emagrecer pode sentir efeitos mais intensos do álcool, mesmo em pequenas quantidades.

  • Impactos: náusea, tontura, maior sensibilidade ao álcool e piora da digestão.
  • Dica: se for consumir, dê preferência a quantidades reduzidas e sempre junto a uma refeição nutritiva.

3. Excesso de cafeína

O café e outras bebidas ricas em cafeína podem irritar o estômago e prejudicar a absorção de nutrientes como ferro e cálcio. Além disso, a cafeína pode intensificar sintomas gastrointestinais, como refluxo e desconforto.

  • Fontes comuns: café, chá-preto, chá-mate, refrigerantes e energéticos.
  • Alternativa: reduzir o consumo diário ou optar por versões descafeinadas.

4. Frituras e alimentos muito gordurosos

Gorduras em excesso podem sobrecarregar a digestão e aumentar o risco de refluxo, especialmente porque as injeções para emagrecer já retardam o esvaziamento gástrico.

  • Exemplos: batata frita, queijos gordurosos, carnes processadas, molhos cremosos.
  • Por que evitar? Esses alimentos exigem mais tempo para serem processados pelo organismo, podendo causar sensação de estômago pesado e indisposição.

A ordem de ingestão dos alimentos faz diferença? 

Não é só a qualidade dos alimentos que influencia seu metabolismo. A ordem em que você consome cada item durante uma refeição também afeta diretamente os níveis de glicose, a produção de insulina e até a sensação de saciedade.

Um estudo publicado na revista científica BMJ Open Diabetes Research & Care avaliou o impacto da sequência em que os alimentos são consumidos sobre o controle da glicemia em pessoas com diabetes tipo 2.

Os participantes do estudo fizeram três refeições idênticas em três dias diferentes, variando apenas a ordem de consumo:

  • Primeiro os carboidratos, seguidos 10 minutos depois por proteínas e vegetais.
  • Primeiro proteínas e vegetais, com os carboidratos consumidos 10 minutos depois.
  • Todos os componentes juntos, sem ordem específica.

O objetivo era verificar como cada sequência afetava os níveis de glicose, insulina e GLP-1 (hormônio que ajuda a regular o apetite e a glicemia).

Principais constatações do estudo

  • Redução dos picos de glicose: consumir os carboidratos por último reduziu em até 53% o pico de glicose em comparação a quem consumiu carboidratos primeiro, e em 44% em relação à refeição sem ordem definida.
  • Menor liberação de insulina: quando os carboidratos foram ingeridos por último, houve necessidade de menos insulina para controlar os níveis de açúcar no sangue.
  • Aumento do GLP-1: deixar os carboidratos para o fim também aumentou a liberação do hormônio GLP-1, que promove maior saciedade e melhora o controle glicêmico.

O que isso significa para quem usa injeções para emagrecer?

Medicamentos como a semaglutida e a tirzepatida já atuam desacelerando o esvaziamento gástrico e estabilizando os níveis de açúcar no sangue. A estratégia alimentar sugerida por esse estudo pode complementar esses efeitos, oferecendo benefícios extras, como:

  • Controle mais estável da glicemia: absorção mais lenta e equilibrada dos carboidratos evita picos bruscos de glicose, prevenindo tonturas, fraqueza e fadiga.
  • Menos desconfortos digestivos: digestão mais gradual e eficiente, ajudando a evitar refluxo, náuseas e sensação de estufamento.
  • Saciedade prolongada: o aumento na produção de GLP-1 potencializa a redução do apetite, facilitando a adaptação a uma dieta equilibrada.

Como aplicar essa estratégia na rotina?

  • Comece suas refeições por proteínas e vegetais, como carnes magras, ovos, folhas verdes e legumes.
  • Consuma os carboidratos ao final da refeição, permitindo que seu organismo os absorva lentamente.
  • Evite ingerir grandes quantidades de líquidos junto às refeições, para não acelerar o esvaziamento gástrico e prejudicar a digestão.

Injeção para emagrecer e manutenção da massa magra

Mastigar bem faz diferença durante o uso de medicamentos para emagrecer?

Mais do que uma questão de hábito, mastigar bem os alimentos tem impacto direto na sua digestão e até no sucesso do tratamento com medicamentos como semaglutida e tirzepatida. Enquanto a ordem dos alimentos já demonstrou influência sobre o metabolismo, outro estudo científico trouxe mais uma informação interessante: a maneira como mastigamos também influencia.

Pesquisadores avaliaram se o ato de mastigar vegetais antes da refeição principal influenciava a liberação de hormônios ligados à glicose e à saciedade (GLP-1 e insulina). Eles compararam dois cenários:

  • Vegetais inteiros, mastigados lentamente antes de consumir os carboidratos.
  • Vegetais na forma de purê, sem necessidade de mastigação, antes dos carboidratos.

O resultado foi claro: mastigar alimentos sólidos antes da refeição principal aumentou a liberação dos hormônios GLP-1 e insulina. Esses hormônios são importantes porque facilitam a digestão, melhoram o controle dos níveis de açúcar no sangue e ajudam a prolongar a sensação de saciedade.

Curiosamente, diferente da estratégia de deixar os carboidratos por último, o ato da mastigação não afetou diretamente os picos de glicose após a refeição, mas mostrou outros benefícios complementares.

Por que isso é importante ao utilizar medicamentos injetáveis para emagrecer?

Esses medicamentos já tornam a digestão mais lenta, muitas vezes levando à sensação de estômago pesado, náuseas ou refluxo. Mastigar devagar facilita a digestão e reduz esses desconfortos. Além disso, a mastigação mais lenta amplifica a ação natural do GLP-1 produzido pelo seu corpo, prolongando a sensação de saciedade que já é estimulada pela medicação.

Estratégias para melhorar sua mastigação e absorção de nutrientes:

  • Mastigue os alimentos lentamente até que estejam bem triturados antes de engolir.
  • Priorize alimentos inteiros ou com texturas mais firmes, que exigem mastigação mais intensa.
  • Evite alimentos ultraprocessados, que dispensam a mastigação adequada e atrapalham o processo digestivo.

Injeção para emagrecer: aporte proteico

Como evitar a perda muscular com suplementação durante o uso das injeções para emagrecer

Um efeito preocupante das injeções para emagrecer, como as à base de semaglutida ou tirzepatida, é a perda muscular que ocorre junto com a gordura eliminada. Estudos mostram que até 10% da massa muscular pode ser perdida durante o tratamento com esses medicamentos, algo equivalente à perda muscular de duas décadas do processo natural de envelhecimento.

Quando há uma redução rápida do peso, o corpo não perde apenas gordura: perde também músculos, especialmente se houver baixa ingestão de proteínas. Isso pode prejudicar o metabolismo, dificultar a manutenção do peso e comprometer a qualidade de vida.

O que você pode fazer na prática?

  • Garanta uma ingestão proteica adequada
    Como as injeções diminuem muito o apetite, a quantidade de proteína consumida pela alimentação pode ficar abaixo do ideal. Por isso, suplementos proteicos são uma boa opção, especialmente em formatos fáceis de ingerir, como whey protein, alimentos proteicos em pó ou gelatinas e sopas enriquecidas.

  • Escolha proteínas de alta qualidade e rápida absorção
    Produtos como whey protein concentrado garantem uma rápida absorção, facilitando a recuperação e evitando desconfortos estomacais, muito comuns devido ao esvaziamento gástrico mais lento provocado pelas injeções.

A suplementação certa auxilia na manutenção dos músculos e evita que o emagrecimento rápido se torne um problema.

Comer certo é tão importante quanto a medicação

A escolha correta dos alimentos, a ordem em que são consumidos e até mesmo a maneira como são mastigados influenciam diretamente o sucesso do tratamento com as injeções para emagrecer.

Para garantir a ingestão adequada dos nutrientes essenciais, especialmente proteínas e micronutrientes, conte com suplementos desenvolvidos especificamente para esse objetivo.

A Belt Nutrition tem dez anos de experiência no mercado de suplementação, investindo continuamente em inovação científica, qualidade superior e segurança rigorosa na fabricação dos seus produtos. Esses suplementos são formulados para apoiar o emagrecimento saudável e equilibrado, contribuindo ativamente para o combate à epidemia global da obesidade.

Referências

Shukla AP, Andono J, Touhamy SH, Casper A, Iliescu RG, Mauer E, Shan Zhu Y, Ludwig DS, Aronne LJ. Carbohydrate-last meal pattern lowers postprandial glucose and insulin excursions in type 2 diabetes. BMJ Open Diabetes Res Care. 2017 Sep 14;5(1):e000440. doi: 10.1136/bmjdrc-2017-000440. PMID: 28989726; PMCID: PMC5604719. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC5604719/

Kamemoto K, Tataka Y, Hiratsu A, Nagayama C, Hamada Y, Kurata K, Chiyoda M, Ito M, Miyashita M. Effect of vegetable consumption with chewing on postprandial glucose metabolism in healthy young men: a randomised controlled study. Sci Rep. 2024 Mar 30;14(1):7557. doi: 10.1038/s41598-024-58103-w. PMID: 38555375; PMCID: PMC10981726. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10981726/

Mechanick, J. I., Butsch, W. S., Christensen, S. M., Hamdy, O., Li, Z., Prado, C. M., & Heymsfield, S. B. (2024). Strategies for minimizing muscle loss during use of incretin mimetic drugs for obesity treatment. Obesity Reviews. Published online September 19, 2024. https://doi.org/10.1111/obr.13841

Injeção para emagrecer: o que pode e o que não pode comer na dieta



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